1. Embriologia
O quadril (fêmur e acetábulo) é formado por células primitivas mensequimais, a partir de 7 semanas estão a cabeça do fêmur e o ácetábulo em formação. Em 11 semanas já estão formados. Dessa forma, um quadril saudável tem a cabeça do fêmur contido no acetábulo.
2. Definição
- É uma deformidade progressiva em que a cabeça femural não fica no acetábulo, reversível se tratamento precoce.
Pode ser congênita ou desenvolver após o nascimento
- Fêmur proximal, acetábulo e cápsula articular estão defeituosas
3. Epidemiologia
- História familiar + em 70%
- Bilateral em 20%
- Mais comum em primogênito e oligodrâmnio
- Feminino 4:1 → associação com relaxina
- Alta incidência em índio navajos e brancos/asiáticos, e baixa em negros e asiáticos
4. Lado mais acometido
1° Esquerdo
2° Bilateral
3° Direito (+ raro e pior prognostico)
5. Etiologia
- Laxidão ligamentar: não conseguindo manter a cabeça femoral no acetábulo
- Posição intraútero (apresentação pélvica)
- Restrições intrautero
6. Pode ser
- Teratológica: associada a condições patológicas
O quadril é deslocado após o nascimento
Apresentam limitação de adm e o quadril não é redutível
Principalmente neuromusculares: artrogripose, paralisia cerebral, mielodisplasia
- Típica: crianças normais, sem associações patológicas
7. Associações mais comuns
1° Torcicolo congênito (5-20%)
2° Pé metatarso Aduto/Varo (10%)
3° Oligodrâmnio
4° Primeiro filho
5° Hipertireoidismo
8. Clínica
Até 6 meses
Barlow: Vê se o quadril é luxável: Flexão + adução + força para posterior: para fazer com que a cabeça femural saia, + quando é ouvido um estalido
Ortolani: Vê se o quadril é redutível: Flexão + abdução + pressão de posterior para anterior, paciente tem um click audivel
Klissic: um dedo na EIAS e um dedo no trocanter maior: normal é uma linha imaginária que os une cruzar na cicatriz umbilical
Mais de 6 meses
Após 6 meses, geralmente, não tem mais barlow e ortolani
Sinal de Hart: É quando tem uma Limitação da abdução do quadril. Sinal mais confiavel após 6 meses de idade.
Sinal de Galeazzi: Encurtamento do membro inferior acometido ao realizar hiperflexão dos quadris e joelhos com o paciente em decubito dorsal
Sinal de Peter Bade: Assimetria despregas glúteas, havendo mais pregas no quadril acometido
Aumento da hiperlordose lombar: é um sinal no paciente com DDQ bilateral
Sinal de Trendelemburg
9. Diagnóstico
- RN: Exame fisico +, Fazeer USG
- RN: Exame físico normal + fatores de risco: fazer usg
- 4-6 meses: Exame físico (hart, galeazzi, peter base) e fazer RX (já possível visualizar o núcleo de ossificação secundário da cabeça femural
10. Ultrasson
- Método de Graf:
1° Encontrar o ílio e fazer uma linha tangente até a cabeça femural (Base Line)
2° Traçar uma tangente no ísquio (forma ângulo alfa 60°, mede o teto ósseo)
3° Traçar uma tangente a musculatura abdutora (forma ângulo beta 55°, mede o teto cartilaginoso)
Conforme a doença progride, o ângulo alfa diminui e o beta aumenta
11. Radiografia
Linha de Hilgenreimer: na cartilagem trirradiada
Linha de Perks: Borda supero lateral do acetabulo, perpendicular a L. Hilgenreimer
Quadrantes de Omdredane: o canto metafisário do colo femural deve estar no quadrante infero medial
Índice acetabular: Linha entre o teto antero superior do acetábulo e a linha de Hilgenreimer é o índice acetabular
Arcos de Shenton: linha entre o colo do femur e o foreme obturatório
Tríade de Putti: luxação + hipoplasia da Cabeça femural + displasia acetabular
Para pacientes adolescentes
Ângulo Centro Borda de Wiberg: Feito entre a linha de Perks e uma linha no centro da cabeça femural, normal é acima de 19°. Na DDQ ele diminui
A radiografia em falso perfil é utilizada para avaliação da displasia acetabula anterior
12. Tratamento em pacientes até 6 meses
Neonatos até 6 meses: Pavilik (limita a extensão e adução)
Como colocar?
1° Colocar a tira do peitoral – linha mamilar
2° Ombros – mantem a faixa peitoral, folga de 2 dedos
3° Estribos – um em cada pé
4° Tira anterior (menor) - limitar a extensão, função é manter quadril 90-110°
5° Tira posterior (maior) – limitar a adução, permite uma adução a neutro, quem abdução é a gravidade
Flexão do quadril: 90-120° - abaixo de 90° não reduz, acima de 120° pode causar paralisia do N. femural
Abdução: 30 – 40°: Acima disso pode causar AVN – necrose avascular
Usar de 6-12 semanas, usar 24h dia
13. Quando não usar pavilik
- Paciente neurológicos: PC, Mielo, artrogripose
14. 6 meses de idade até a 24 meses
Falha no pavilik ou pacientes acima de 6 meses
1° Realizar Tração por 6 semanas – diminui o risco de NAV
Utilizar imobilização gessada – gesso pelvico podálico
A redução pode ser aberta ou fechada
Algumas estruturar podem estar interpostas na redução
- Capsula medial (mais comum)
- Pulvinar
- Ligamento redondo
- M. íliopesoas
- Labrum invertido
- Ligamento transverso do acetábulo
Gesso pélvico podálico: Posição humana de salter
Hiperflexão e abdução limitada
95° de flexão do quadril
45° de abdução
Abdução conforme a zona de segurança não indo ao limite
Flexão do joelho de 90º
3 semanas de gesso
15. Acima de 2 anos
Redução aberta
- Encurtamento femoral: diminui NAV
- Osteotomia acetabular:
16. Osteotomias
Podem ser de reconstrução e salvamento
A.1) Reconstrução – do tipo redirecionamento
- Salter: utilizando em paciente em < 8 anos
Faz um fulcro na sínfise púbica e tem ganho da cobertura antero lateral da cabeça femural e perda da cobertura posterior
- Tripla de Steel: faz corte no ilíaco e 2 ramos púbicos (iliaco e 2 ramos púbicos)
- Ganz: pacientes acimas de 15 anos, com cartilagem trirradiada fechada, pacientes acimas de 15 anos
- Tripla de Tonnis: pacientes de 8-15 anos, faz corte nos 3 ossos (iliaco, isquio e pubis)
B.1) Reconstrução – de diminuição de volume acetabular
- Dega: paciente de 8 – 15 anos
Serve para paciente com a cartilageme triradiada aberta- a osteotomia faz um fulcro na cartilagem triradiana
- Pemberton: utilizando em paciente em < 8 anos
Faz um fulcro na região semi acetabular, diminui pelve
2) Salvamento
a) Chiari: faz um corte no osso e medializa a pelve do paciente, estima-se que o teto osso (quina que se formou) f
b) Shelf: prateleira de shelf, tira um pedaço de osso da crista iliaca e rebate pra fazer o teto do femur
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