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Foto do escritorRafael Vieira

Displasia do desenvolvimento do Quadril


1.     Embriologia

 

O quadril (fêmur e acetábulo) é formado por células primitivas mensequimais, a partir de 7 semanas estão a cabeça do fêmur e o ácetábulo em formação. Em 11 semanas já estão formados. Dessa forma, um quadril saudável tem a cabeça do fêmur contido no acetábulo.

 

2.     Definição

 

- É uma deformidade progressiva em que a cabeça femural não fica no acetábulo, reversível se tratamento precoce.

Pode ser congênita ou desenvolver após o nascimento

- Fêmur proximal, acetábulo e cápsula articular estão defeituosas

 

3.     Epidemiologia


- História familiar + em 70%

- Bilateral em 20%

- Mais comum em primogênito e oligodrâmnio 

- Feminino 4:1 → associação com relaxina

- Alta incidência em índio navajos e brancos/asiáticos, e baixa em negros e asiáticos


4.     Lado mais acometido


1° Esquerdo

2° Bilateral

3° Direito (+ raro e pior prognostico)

 

5.     Etiologia

 

- Laxidão ligamentar: não conseguindo manter a cabeça femoral no acetábulo

- Posição intraútero (apresentação pélvica)

- Restrições intrautero

 

6.     Pode ser

 

- Teratológica: associada a condições patológicas

O quadril é deslocado após o nascimento

Apresentam limitação de adm e o quadril não é redutível

Principalmente neuromusculares: artrogripose, paralisia cerebral, mielodisplasia

 

- Típica: crianças normais, sem associações patológicas

 

7.     Associações mais comuns

 

1° Torcicolo congênito (5-20%)

2° Pé metatarso Aduto/Varo (10%)

3° Oligodrâmnio

4° Primeiro filho

5° Hipertireoidismo

 

8.     Clínica


Até 6 meses

 

Barlow: Vê se o quadril é luxável: Flexão + adução + força para posterior: para fazer com que a cabeça femural saia, + quando é ouvido um estalido 

Ortolani:  Vê se o quadril é redutível: Flexão + abdução + pressão de posterior para anterior, paciente tem um click audivel

Klissic: um dedo na EIAS e um dedo no trocanter maior: normal é uma linha imaginária que os une cruzar na cicatriz umbilical

Mais de 6 meses

 

Após 6 meses, geralmente, não tem mais barlow e ortolani


Sinal de Hart: É quando tem uma Limitação da abdução do quadril. Sinal mais confiavel após 6 meses de idade.

 

Sinal de Galeazzi: Encurtamento do membro inferior acometido ao realizar hiperflexão dos quadris e joelhos com o paciente em decubito dorsal

Sinal de Peter Bade: Assimetria despregas glúteas, havendo mais pregas no quadril acometido


Aumento da hiperlordose lombar: é um sinal no paciente com DDQ bilateral


Sinal de Trendelemburg  


9.     Diagnóstico

 

- RN: Exame fisico +, Fazeer USG

- RN: Exame físico normal + fatores de risco: fazer usg 

- 4-6 meses: Exame físico (hart, galeazzi, peter base) e fazer RX (já possível visualizar o núcleo de ossificação secundário da cabeça femural

 

10.  Ultrasson

 

- Método de Graf:

1° Encontrar o ílio e fazer uma linha tangente até a cabeça femural (Base Line)

2° Traçar uma tangente no ísquio (forma ângulo alfa 60°, mede o teto ósseo)

3° Traçar uma tangente a musculatura abdutora (forma ângulo beta 55°, mede o teto cartilaginoso)

 

Conforme a doença progride, o ângulo alfa diminui e o beta aumenta



11.  Radiografia

 

Linha de Hilgenreimer: na cartilagem trirradiada

Linha de Perks: Borda supero lateral do acetabulo, perpendicular a L. Hilgenreimer

Quadrantes de Omdredane: o canto metafisário do colo femural deve estar no quadrante infero medial

Índice acetabular: Linha entre o teto antero superior do acetábulo e a linha de Hilgenreimer é o índice acetabular

Arcos de Shenton: linha entre o colo do femur e o foreme obturatório

 

Tríade de Putti: luxação + hipoplasia da Cabeça femural + displasia acetabular


Para pacientes adolescentes

Ângulo Centro Borda de Wiberg: Feito entre a linha de Perks e uma linha no centro da cabeça femural, normal é acima de 19°. Na DDQ ele diminui

 

A radiografia em falso perfil é utilizada para avaliação da displasia acetabula anterior



12.  Tratamento em pacientes até 6 meses

 

Neonatos até 6 meses: Pavilik (limita a extensão e adução)

 

Como colocar?

1° Colocar a tira do peitoral – linha mamilar 

2° Ombros – mantem a faixa peitoral, folga de 2 dedos

3° Estribos – um em cada pé 

4° Tira anterior (menor) - limitar a extensão, função é manter quadril 90-110°

5° Tira posterior (maior) – limitar a adução, permite uma adução a neutro, quem abdução é a gravidade

 


Flexão do quadril: 90-120° - abaixo de 90° não reduz, acima de 120° pode causar paralisia do N. femural

Abdução: 30 – 40°: Acima disso pode causar AVN – necrose avascular


Usar de 6-12 semanas, usar 24h dia

 

13.  Quando não usar pavilik

 

- Paciente neurológicos: PC, Mielo, artrogripose

 

14.  6 meses de idade até a 24 meses  

 

Falha no pavilik ou pacientes acima de 6 meses

 

1° Realizar Tração por 6 semanas – diminui o risco de NAV

Utilizar imobilização gessada – gesso pelvico podálico

A redução pode ser aberta ou fechada

 

Algumas estruturar podem estar interpostas na redução

- Capsula medial (mais comum)

- Pulvinar

- Ligamento redondo

- M. íliopesoas

- Labrum invertido

- Ligamento transverso do acetábulo

 

Gesso pélvico podálico: Posição humana de salter

 

Hiperflexão e abdução limitada

 

95° de flexão do quadril

45° de abdução

Abdução conforme a zona de segurança não indo ao limite

Flexão do joelho de 90º

3 semanas de gesso

 

15.  Acima de 2 anos

 

Redução aberta

 

- Encurtamento femoral: diminui NAV

- Osteotomia acetabular:

 

16.  Osteotomias

 

Podem ser de reconstrução e salvamento

 

A.1) Reconstrução – do tipo redirecionamento

 

- Salter: utilizando em paciente em < 8 anos

Faz um fulcro na sínfise púbica e tem ganho da cobertura antero lateral da cabeça femural e perda da cobertura posterior

 


- Tripla de Steel: faz corte no ilíaco e 2 ramos púbicos (iliaco e 2 ramos púbicos)

- Ganz: pacientes acimas de 15 anos, com cartilagem trirradiada fechada, pacientes acimas de 15 anos

- Tripla de Tonnis: pacientes de 8-15 anos, faz corte nos 3 ossos (iliaco, isquio e pubis)

 

B.1) Reconstrução – de diminuição de volume acetabular

 

- Dega: paciente de 8 – 15 anos

Serve para paciente com a cartilageme triradiada aberta- a osteotomia faz um fulcro na cartilagem triradiana


- Pemberton: utilizando em paciente em < 8 anos

Faz um fulcro na região semi acetabular, diminui pelve  

 

2) Salvamento

 

a) Chiari: faz um corte no osso e medializa a pelve do paciente, estima-se que o teto osso (quina que se formou) f

 

 

b) Shelf: prateleira de shelf, tira um pedaço de osso da crista iliaca e rebate pra fazer o teto do femur

 


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